Tia Ciata

Hilária Batista de Almeida ficou conhecia como “Tia Ciata”. Nasceu em Santo Amaro, na Bahia, em 1854. Filha de Oxum — orixá que reina sobre as águas doces, deusa da beleza, do amor, ligada á riqueza, á vaidade e ao poder feminino. Aos 22 anos mudou-se para o Rio de Janeiro. Tia Ciata foi mãe de 15 filhos/as. Também foi Mãe de Santo. Era doceira e vendia seus quitutes em um “Tabuleiro” vestida como “Baiana”, isso é, com “Saia”, “Pano de Cabeça” e “Pano da Costa”.
Numa época em que a libertação dos/as escravizados/as ainda era recente e que as “Religiões de matriz africana e ou afro-brasileiras” e a “Capoeira” eram indesejadas e ou malquistas. Tia Ciata acolhia em sua casa na “Pequena África” que é como era conhecido seu bairro no Rio de Janeiro, africanos/as e seus/as descendentes, mas da mesma forma, imigrantes europeus/ias — paupérrimos/as — recém chegados/as no Brasil.
Em 1916, os tambores africanos e ou afro-brasileiros juntaram-se aos violões italianos e aos cavaquinhos portugueses. E “Ai, ai, ai / Dança o samba / Com calor, meu amor / Ai, ai, ai / Pois quem dança / Não tem dor nem calor”. Na casa de Tia Ciata foi gravado “Pelo Telefone” de “Donga” e “Mauro Almeida” que é considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil. Entre 1920 e 1930 era significativo que as “Escolas de Samba” passassem pela “Praça Onze” e pela “Casa de Tia Ciata”. A “Ala das Baianas” nas “Escolas de Samba” são uma referencia a Tia Ciata e a outras senhoras “Mães do Samba”.
Deixe um comentário