O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa homenageia Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda que foi a fundadora do Axé Abassá de Ogum, em Itapuã, na Bahia, Brasil.

Mãe Gilda teve sua imagem usada numa edição de 1999 da Folha Universal que é publicação da Igreja Universal do Reino de Deus — Iurd, ao lado da manchete “Macumbeiros Charlatões Lesam a Bolsa e a Vida dos Clientes — O Mercado da Enganação Cresce no Brasil, mas o Procon Está de Olho”. Esse fato somado a invasão de seu terreiro por membros da igreja Deus é Amor, que tentaram “exorciza-la”, levaram a mãe de santo a decidir pela ação judicial contra seus agressores e difamadores.
Mãe Gilda faleceu em seguida, aos 65 anos, de um infarto fulminante, em consequência, segundo sua família, desses acontecimentos, que a abalaram profundamente. Em 2004, a Justiça condenou a Iurd e sua gráfica a indenizar a família da mãe de santo em 1,372 milhões de Reais pelo uso indevido de sua imagem sendo um real por cada exemplar do jornal publicado com a matéria. O caráter emblemático deste caso levou nesse mesmo ano a Câmara de Vereadores de Salvador a transformar a data de falecimento da mãe de santo, 21/01/2000, em “Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa.”
Um proverbio das religiões de matriz africana diz o seguinte: “Se Awo kikun, Awo kirun, Nse si Itulá ilá awó” que podemos traduzir como “Os iniciados no mistério não morrem, os iniciados no mistério não desaparecem […]”. Assim, Mãe Gilda é para os povos de terreiro uma insignia de perseverança e enfrentamento antirracista e antimachista.
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