Eugênia Anna Santos
Eugênia Anna Santos, é conhecida como Mãe Aninha. Seu nome religioso no candomblé é Obá Biyi. Filha de africanos, nasceu em Salvador, na Bahia, em 1869. Ela foi a fundadora do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador em 1910 e no Rio de Janeiro em 1895. Consagrada ao orixá Xangô — orixá da justiça, dos raios, do trovão e do fogo — foi iniciada na Casa Branca do Engenho Velho, o Ilê Axé Iyá Nassô Oká.
Em 1936, Mãe Aninha instituiu o Corpo de Obás de Xangô — os Ministros de Xangô — que são títulos honoríficos do candomblé, concedidos aos amigos e protetores dos terreiros —. Entre os Obás de Xangô do Opô Afonjá estiveram o cantor e compositor Dorival Caymmi, o artista plástico Carybé, o escritor Jorge Amado, o antropólogo Vivaldo da Costa Lima. Mas também o antropólogo Muniz Sodré e o cantor e compositor Gilberto Gil estão entre os Ministros de Xangô.
Em 1934, Mãe Aninha conversou com o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas. E dessa conversa resultou a liberdade de culto das religiões afro-brasileiras e ou de matriz africana no Brasil. Que até então eram proibidas pelo Decreto 1.202. Nessa época, os terreiros eram invadidos, depredados e tinham seus objetos recolhidos pela polícia, por força da legislação vigente na época e especialmente do Art. 157 do Decreto 1.202 que reprimia “o espiritismo, a magia e seus sortilégios”.
Faleceu em 1938 e teve seu corpo foi levado para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos no Pelourinho em Salvador, para a cerimonia fúnebre católica. E após seu sepultamento no Cemitério da Quinta dos Lázaros. No Ilê Axé Opô Afonjá, deu-se inicio ao seu Axexê, a cerimônia fúnebre de candomblé.
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