Mercedes Ignácia da Silva Krieger nasceu em 1921, em Campos do Goytacazes, no Rio de Janeiro. Filha de pais humildes, sua mãe trabalhava como costureira. Mudou-se jovem para o Rio de Janeiro, onde trabalhou em gráficas, fábricas de chapéus, bilheteria de cinema e também como empregada doméstica.
Em 1940, ingressou na Escola de Danças do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Antes disso, já fazia aulas de balé clássico e dança folclórica na escola de dança dirigida por Eros Volúsia. Em 1947, tornou-se a primeira mulher negra a ingressar como bailarina profissional no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Apesar de fazer parte do corpo de Baile do Teatro, revelou em entrevistas posteriores que sofreu muito preconceito e foi escalada para poucas apresentações. Na mesma época, ingressou no Teatro Experimental do Negro, onde atuou em diversos eventos.
Em 1950, foi escolhida pela coreógrafa afro-americana Katherine Dunham para estudar dança nos Estados Unidos. Em Nova Iorque, Mercedes teve aula de dança moderna, danças do Haiti e lecionou balé clássico por aproximadamente um ano e meio. No final de 1951, já de volta ao Brasil, fundou o Ballet Folclórico Mercedes Baptista, grupo formado por bailarinos negros que desenvolviam pesquisas e introduziam elementos afro na dança moderna brasileira.
Em 1963, introduziu a dança clássica no desfile da G.R.E.S Acadêmicos do Salgueiro, sendo coreógrafa da Comissão de Frente e inovando os desfiles de escola de samba ao criar uma ala coreografada. Mercedes também foi responsável por introduzir na Escola de Dança do Teatro Municipal do Rio de Janeiro a disciplina de Dança Afro-Brasileira. Ministrou diversos cursos fora do Brasil e faleceu no dia 19 de agosto de 2014, aos 93 anos de idade.
Estátua em sua homenagem, no Largo da Prainha.
Deixe um comentário