Lúcia Maria de Souza nasceu em São Gonçalo, RJ, no dia 22 de junho de 1944
De origem pobre, conseguiu com dificuldades ingressar na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Ativista do movimento estudantil desde a adolescência, como militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi responsável pela impressão do jornal A Classe Operária, órgão oficial do Partido, nos anos de 1969 e 1970, junto com outra militante, Jana Moroni, também futura guerrilheira e também desaparecida no Araguaia.
Deixou a faculdade no 4º ano quando estagiava no Hospital Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, devido à perseguição e repressão, e foi para o Araguaia. Com o codinome “Sônia” fez fama como parteira e auxiliar médica na região, ao lado de guerrilheiros como João Carlos Haas Sobrinho, o “Dr. Juca”, médico gaúcho, e Dinalva Oliveira Teixeira, a “Dina”, geóloga baiana que também realizava partos.
Sônia foi emboscada por uma patrulha do exército em 24 de outubro de 1973, durante a Operação Marajoara. Acompanhada de um menino da região que costumava andar com os guerrilheiros, ela parou num regato próximo ao local chamado Grota da Borracheira, entre Marabá e Xambioá, tirando as botas que usava para molhar os pés no riacho. Ao voltar, não achou as botas e acreditou ser uma brincadeira dos caboclos do local.
Rendida pela patrulha militar que a havia descoberto por causa das botas deixadas ao lado da trilha, correu para pegar a arma deixada no chão e foi ferida a tiros pelos soldados. No comando desta patrulha, estavam os então major Lício Maciel e o capitão Sebastião Alves de Moura.
Enquanto o adolescente que a acompanhava fugia da patrulha, pois era apenas um menino, os militares acercaram-se da guerrilheira ferida no chão, sem se aperceberem que ela havia caído em cima de seu revólver. Perguntada qual era seu nome, deu a resposta que a tornou célebre “Guerrilheira não tem nome, eu luto pela liberdade!”.
E puxando o revólver debaixo do corpo atirou nos militares, atingindo Maciel no rosto e no braço e Curió na barriga. Foi metralhada em seguida pelos demais integrantes da patrulha.
Seu corpo foi deixado na mata e nunca foi encontrado. É dada como desaparecida política.
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